terça-feira, 23 de março de 2010

Divergências na Zona Euro sobre situação da Grécia

Líderes europeus deram sinais contraditórios durante o fim-de-semana relativamente à ajuda a prestar à Grécia, com a Primeira-Ministra alemã, Angela Merkel, a pedir ao Governo grego que resolva sozinho o problema das suas dívidas e o Primeiro-Ministro italiano, Silvio Berlusconi, a defender um apoio da União Europeia. 
Estas discrepâncias foram o mais recente sinal de divisão dentro da Zona Euro, formada por 16 nações, sobre se uma ajuda financeira à Grécia é correcta e como fazê-la.
O país está a passar por crescentes dívidas, que colocaram o bloco na sua maior crise desde que começou a funcionar, há 11 anos.
Merkel, que tem pela frente uma eleição em Maio, está ciente de que o eleitorado alemão se opõe a uma ajuda à Grécia e endureceu o seu discurso contra uma declaração concreta da UE de apoio financeiro. Um ponto de vista que a coloca contra Bruxelas e importantes parceiros no continente, que apoiam uma acção que ponha fim à onda especulativa sobre os activos gregos, que tem agravado os problemas do país, com o aumento do custo do crédito para mais do dobro.
Em declarações à rádio Deutschlandfunk, Merkel negou que a Grécia possua “necessidades financeiras agudas” e rejeitou as propostas do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, de que os líderes da UE deveriam acertar um pacote reserva de ajuda durante o encontro da próxima quinta-feira.
“Não acho que a Grécia precise de dinheiro neste momento e o Governo grego confirmou isso. Portanto, exorto-vos a não aumentarem a turbulência dos mercados, elevando as falsas expectativas para o encontro de quinta-feira”, disse Merkel, referindo-se à reunião de 25 e 26 de Março.
Barroso respondeu em alemão ao jornal Handelsblatt, dizendo que a UE precisa urgentemente de resolver o problema grego, “apesar da agenda política dos países-membros da União Europeia.
Assegurar a estabilidade da união monetária é do interesse da Alemanha", disse Barroso numa entrevista publicada ontem, antes de acrescentar que “a Alemanha dará uma contribuição construtiva para resolver a actual crise”.
O Primeiro-Ministro italiano, cujo país é há muito tempo considerado um dos pontos fracos da Zona Euro, disse à Reuters, durante um comício realizado no domingo, em Bolonha, que é “absolutamente a favor” de uma ajuda da União Europeia à Grécia.
E acrescentou que a UE “não tinha razão de existir” se os seus membros não estivessem prontos para acudir um país da zona euro que está em crise.
A Itália tem uma relação dívida-PIB similar à da Grécia. O país projectou chegar aos 117 por cento neste ano, perto dos 120 por cento da Grécia, embora Roma tenha conseguido maquilhar o seu défice orçamental e passar pela crise financeira melhor do que outras nações do continente europeu, em particular e do mundo, em geral, destacando-se os EUA.
Fonte:jornaldeangola.sapo.ao

23 March

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