segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dados do desemprego não fazem Fed alterar política monetária

 

É «improvável» que a política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana mude após as perdas inesperadas de emprego que foram divulgadas na sexta-feira, referentes a Dezembro, segundo disse um responsável da autoridade monetária.

James Bullard, presidente da Reserva Federal

de St. Louis, disse aos jornalistas que o dado de Dezembro, que mostrou a destruição de 85 mil postos de trabalho e uma taxa de desemprego superior a 10%, «não vai alterar a política da Fed».

Recorde-se que, segundo as estatísticas do departamento do Trabalho divulgadas esta sexta-feira, depois de ter gerado emprego em Novembro (4 mil segundo dados revistos), o primeiro dado positivo em dois anos, a economia dos EUA destruiu 85 mil postos de trabalho em Dezembro.

Fonte: TVi 24

11 January

BCE deveria baixar ainda mais os juros

 

É a recomendação ao Banco Central Europeu de Joseph Gagnon, ex-director da Reserva Federal americana, que acha que os programas de estímulos devem continuar até ao final de 2011. Mas aconselha que se mude a tónica das políticas orçamentais para as monetárias, que ainda não estão esgotadas.

As taxas de juro deverão

continuar a manter-se próximas de zero. A incerteza económica aconselha-o, diz-nos Joseph E. Gagnon, ex-director da Reserva Federal Americana (FED), que propõe 0,5%, para a taxa de refinanciamento na Europa (que está em 1%) em 2010.

Porquê? Porque, no seu entender há um sério risco de recaída na Grande Recessão em curso. A economia mundial pode pregar-nos uma partida e transformar o tão esperado comportamento em "V" (que teria começado já no terceiro trimestre de 2009) num indesejável "W" em 2010.

Ainda, recentemente, o Nobel de Economia Paul Krugman dizia, a abrir o novo ano, que lhe começava a "cheirar" a 1937 - ou seja ao ano em que a economia americana, e a mundial, também, voltou a cair em recessão, ainda que, apenas, por um breve período. O ano de 1938 foi mesmo o quarto ano negro no comércio mundial no século XX (12% de quebra, mais do que é estimado para 2009), mas o PIB mundial cairia, apenas, 0.1%.

Por isso, Joseph E. Gagnon, que foi director associado da Divisão de Assuntos Monetários da cúpula da FED até Setembro, opõe-se a qualquer estratégia prematura de "saída" (exit, na linguagem técnica da política económica e financeira) nas políticas anticrise.

Pelo contrário, há que continuar com o "alívio monetário", sublinha o perito do Peterson Institute for International Economics, um think tank sediado em Washington DC,  num documento polémico que publicou no fecho do ano de 2009. Em " The World Needs Further Monetary Ease, Not an Early Exit " - um título que fala por si - advoga duas linhas de acção de curto prazo, que reforça na entrevista que nos concedeu.

As duas ideias avançadas por Gagnon são polémicas:

1) a manutenção das taxas de juro de refinanciamento o mais próximas de zero possível quer nos Estados Unidos como na Europa; e 

2) o uso de outras medidas monetárias de estímulo, através da aquisição massiva de títulos de dívida pública e privada de longo prazo por parte dos quatro principais Bancos Centrais da OCDE (FED, Banco Central Europeu, Banco do Japão e Banco de Inglaterra) num montante de 3400 mil milhões de euros para além do já previsto, uma injecção adicional no sistema financeiro do chamado mundo desenvolvido quase equivalente ao PIB anual da Alemanha, a quarta potência económica do mundo.

Empurrão monetário

Segundo o estudo feito por Gagnon, estas medidas adicionais "implicariam um empurrão no PIB dos países desenvolvidos para um patamar de 3% nos próximos dois anos e a redução da taxa de desemprego entre 1 e 3 pontos percentuais". A compra massiva de títulos de longo prazo teria um efeito de pressão nas taxas de juro de longo prazo nos países desenvolvidos, podendo emagrecê-las, em média, em 75 pontos base, refere o estudo.

No caso da Zona Euro, o especialista vai mesmo mais longe e advoga que o Banco Central Europeu (BCE) diminua para 0,5% a taxa de refinanciamento que actualmente está em 1%, uma guinada de política monetária, de redução de 50 pontos base, que a nomenclatura do BCE, liderada por J.-C. Trichet, estará pouco - ou nada - inclinada a realizar. E acrescenta: "O BCE deveria continuar a estender crédito a doze meses a esta taxa ao sistema bancário".

Gagnon acrescenta que, se as taxas de crescimento na Europa teimarem em ser medíocres, próximas da estagnação, se o desemprego - e, em particular, o desemprego estrutural - continuar a aumentar e se a liquidez na economia real continuar a escassear, então, "esse contexto será um argumento adicional para as minhas propostas que muitos acham demasiado radicais".

Abrandar o keynesianismo

Na sua opinião, esta opção por medidas monetárias é preferível à continuação de uma tónica dada a políticas orçamentais adicionais, em virtude dos níveis de alarme de défice público e de dívida pública já atingidos em diversas economias-chave do mundo. Segundo Gagnon, a prioridade a medidas monetárias pode conjugar-se com políticas de consolidação orçamental, não se chocam.

Ele propõe, por isso, politicamente, uma nova distribuição de "tarefas" entre os bancos centrais e os ministros das Finanças. "Os estímulos monetários reduzem o défice público e as políticas orçamentais aumentam-no, como se sabe. A diferença no défice em virtude da opção por uma ou por outra das políticas pode chegar aos 2% do PIB em 2011", acrescenta.

TRÊS PERGUNTAS

P: O presidente do Banco Central Europeu sugeriu, recentemente , num jornal alemão que a mudança de agulha para uma estratégia de "saída" tem de ser feita já em 2010. A sua opinião é o oposto?

R: O meu principal objectivo é que são necessários, mais estímulos, ainda, nos próximos dois anos.

P: Mas o seu conselho é que a política anticrise deixe de ser excessivamente keynesiana?

R: Quando falo de estímulos, falo tanto de política orçamental como monetária. Mas o meu segundo objectivo é, de facto, que se centrem as opções mais na esfera monetária, do que na orçamental.

P: Mas descarta qualquer estratégia de "saída" (de abandono) das actuais políticas anticrise, mesmo que progressiva e suave?

R: Penso que é cedo demais para abandonar tais políticas. Há ainda um risco de recaída na recessão. Mas ajudará, sem dúvida, se se tomarem já medidas de corte orçamental de longo prazo - como, por exemplo, o aumento gradual da idade de reforma - que "acalmem" os mercados financeiros.

Fonte: Exame expresso

Euro sobe para US$ 1,4491 em Frankfurt

 

Berlim, 11 jan (EFE).- O euro abriu com tendência de alta e nos primeiros minutos das negociações custava US$ 1,4491, frente a US$ 1,4355 do fechamento anterior no mercado de divisas de Frankfurt.

O Banco

Central Europeu (BCE) tinha fixado na sexta-feira o câmbio oficial do euro em US$ 1,4273.

Fonte: G1

Bolsas europeias sobem na aposta de juro baixo nos EUA

LONDRES - Os dados de emprego nos EUA da sexta-feira, 8, continuam repercutindo nos mercados hoje, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) vai manter a política monetária afrouxada, o que dá às bolsas um cenário mais favorável. O apetite por risco dos investidores no começo da semana também abre espaço para alta das commodities e valorização do euro, ajudados ainda por comentários do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, de que os juros permanecerão baixos por algum tempo e por dados favoráveis na China.

A maneira como as bolsas ignoram o lado negativo do payroll decepcionante - a fraqueza do mercado de trabalho - mostra mais uma vez que as ações continuam sendo o ativo de escolha neste início de ano, disseram analistas.

"Fatores sazonais estão funcionando, mas também tem havido diversos lembretes nos últimos dias de que a retirada de estímulo monetário, amplamente reconhecida como potencialmente a maior ameaça à perspectiva, ainda está a muitos meses de distância", disse Ian Williams, estrategista da Altium Securities.

Mas o economista Larry Hatheway, do UBS, ofereceu uma dose de realismo, sugerindo que os investidores não devem se animar muito porque 2010 provavelmente será um ano de mudança de política e incertezas sobre as estratégias de saída ou o compromisso com a sustentabilidade fiscal no longo prazo, o que dará motivos de preocupação aos investidores.

"Além disso, os mercados de ações globais não podem mais depender do declínio dos prêmios de risco para guiar os retornos. O forte crescimento dos lucros já está, de alguma forma, descontando nas valorizações atuais, sugerindo um ano de ganhos mais modestos", acrescentou Hatheway.

Para reforçar a expectativa em relação à política monetária nos EUA, o presidente do Fed St. Louis reiterou que as taxas de juros nos EUA "podem continuar baixas por algum tempo" e que o banco central deve continuar comprando títulos lastreados em hipotecas depois de março, a fim de apoiar a economia norte-americana. Mas ele ponderou que os números fracos sobre o nível de emprego divulgados na última sexta-feira não afetarão as decisões da autoridade monetária.

Segundo o estrategista de câmbio do ING, Tim Condon, as palavras de Bullard ajudaram o euro a superar o nível de US$ 1,4500.

Na Ásia, dados da China contribuíram para o tom positivo dos mercados nesta segunda-feira, 11, principalmente as commodities. As exportações da China cresceram 17,7% em dezembro, mais do que se esperava, e deram fim a um ciclo de 13 meses de contração, segundo números do governo divulgados ontem. As expectativas eram de que as exportações da China tivessem um ganho de 5%. Além disso, a China importou mais de 5 milhões de barris diários de petróleo em dezembro, um nível recorde que sinaliza o avanço do país no processo de recuperação econômica.

Outra notícia positiva na China, que impulsionou as ações financeiras chinesas nesta segunda-feira, 11, foi a aprovação a princípio, na sexta-feira, pelo gabinete do governo, para o lançamento dos futuros de índices de ações. O gabinete também aprovou um programa teste para vendas a descoberto e negociações de margem de ações. "A aprovação traz expectativas de que as corretoras poderão ganhar bastante com a diversificação de ferramentas de investimento", disse o analista da Huatai Securities Zhou Lin.

Às 8h31 (horário de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,91%, Paris ganhava 0,93% e Frankfurt tinha alta de 0,75%. Entre os destaques, Kazakhmys subia 2,3% e Xstrata avançava 2,6%, em meio ao avanço das commodities.

No horário, o petróleo para fevereiro na Nymex eletrônica subia 0,94%, a US$ 83,54 o barril. Na Comex eletrônica, o cobre para março saltava 2,31%, a US$ 3,4790 a libra peso.

O euro avançava 0,76%, a US$ 1,4518, enquanto o dólar cedia 0,15%, a 92,47 ienes.

Fonte: Dow Jones