quinta-feira, 4 de março de 2010

Análise Fundamentalista - À espera do pacote de austeridade da Grécia

Exceptuando uma bomba na conferência de imprensa sobre as medidas de austeridade da Grécia, acreditamos que os mercados vão manter-se relativamente calmos antes das reuniões do BoE, BCE e dos NFP dos EUA na sexta-feira. Neste ambiente, vamos tentar jogar com os canais diários.

Houve algumas fugas de informação sobre a conferência de imprensa, com a comunicação social a citar fontes do governo grego, dizendo que este decidiu-se por medidas extraordinárias no valor de $6.5 mil milhões, aumento do IVA em 2% para 21%, fechar buracos fiscais e vai tentar reduzir os bónus salariais em 30% em 2010.

Ainda temos algumas dúvidas sobre os efeitos a longo prazo que os planos de austeridade vão ter sobre o euro, especialmente depois do PM grego ter admitido o "buraco" no orçamento e o caos na recolha de impostos. Nos próximos tempos, as novas medidas de austeridade vão aumentar o foco do mercado na reunião de 5 de Março entre a Chanceler alemã Merkel e o PM grego, Papandreou.

Além disso, a Standard & Poor's disse que está "menos pessimista" sobre a Grécia que os mercados financeiros. O EUR e o apetite pelo risco estão a ganhar com estas notícias, mas, surpreendentemente, os mercados de valores foram noutra direcção.

Há rumores e relatórios do IMM que sugerem que ainda há muitas posições curtas de libra e euro (ainda que as negociações curtas do Euro tenham perdido a maioria do vapor no final de Fevereiro, apesar da forte cobertura mediática).

Um pequeno aumento no risco poderá levar a um "short squeeze" razoável. Na Austrália, o PIB real subiu 0.9% q/q e 2.7% y/y, vs 0.9% q/q e 2.4% y/y exp. O crescimento foi ligeiramente maior do que os mercados esperavam. Porém, as notícias positivas não se traduziram num AUD mais forte.

Suspeitamos, tal como dissemos ontem, que apesar das condições económicas domésticas se manterem fortes, o AUD e a política monetária vão ser minadas por factores externos, como a Grécia e a França.

Apesar do diferencial de yield poder dar ao AUD algum suporte a médio prazo, à medida que nos aproximamos do Q2 e outros bancos do G10 aceleram o seu ciclo de apertos, vamos ver uma forte erosão na vantagem do AUD. Uma série de dados dos EUA deverão dar-nos alguma direcção, incluindo o ADP, ISM e Livro Bege da Fed.

Fonte: IBTimes

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