sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Dificuldade fiscal torna aperto monetário na Zona Euro a mais distante

 

As dificuldades fiscais de países da zona do euro tornam mais distantes as perspectivas de alta dos juros na região, mantidos hoje em 1%. Analistas acreditam que o processo de redução da dívida pública em nações como Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, os chamados Piigs, limitarão a criação de empregos e o crescimento econômico do bloco.

A avaliação não saiu da boca do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet – e nem poderia, como notam especialistas -, mas a preocupação com o aumento da dívida pública é crescente entre os investidores na Europa.
Em meio à recuperação ainda frágil, analistas acreditam que o BCE só teria condições de começar a elevar os juros a partir de setembro, na melhor das hipóteses.
Conforme Luigi Speranza, do BNP Paribas, a percepção de que o banco central responderia ao relaxamento fiscal com uma política monetária mais frouxa poderia prejudicar sua credibilidade e enfraquecer a estrutura da zona do euro no longo prazo. “Mas o BCE não pode ignorar os riscos de uma contaminação e as possíveis consequências para o sistema financeiro.”
Na coletiva de hoje, Trichet disse que o plano de redução do déficit da Grécia “está na direção certa” e chamou os países a cumprirem o Pacto de Estabilidade e Crescimento, pelo qual o déficit não pode ultrapassar 3% do PIB. “Quando você divide uma moeda com os outros, a contrapartida é que você precisa se comportar adequadamente”, afirmou Trichet.
Por outro lado, o presidente do BCE relativizou o tamanho do rombo na zona do euro, atualmente em 6% do PIB, ao afirmar que outros países desenvolvidos estão em situação pior, como os Estados Unidos e o Japão, com déficits acima de 10%.
Esse ponto provocou a discordância dos analistas. Elwin de Groot, do Rabobank, diz que o pacto do bloco não tem sido bem-sucedido, caso contrário alguns países não estariam na complicada situação atual. Além disso, esse raciocínio poderia subestimar o impacto do efeito de contágio na região. “A zona do euro é um sistema altamente interconectado e alguns de seus membros são grandes demais para falir.”
O economista-chefe do UniCredit, Marco Annunziata, avalia que os investidores continuarão olhando para os desequilíbrios específicos da Grécia, e não para a situação da zona do euro de forma consolidada. “A zona do euro permitiu que os membros construíssem combinações insustentáveis de dívida pública e privada a um baixo custo de financiamento de forma irreal.”
Para Speranza, do BNP Paribas, o custo do ajuste orçamentário que começa a ser feito na região, referente a crescimento e emprego, será maior do que o estimado. Portanto, o aperto monetário no bloco virá pelo canal fiscal.
Diversos analistas notaram que o tom do BCE sobre a situação econômica da zona do euro praticamente não mudou neste mês. De modo geral, a autoridade monetária avalia que o crescimento deve seguir em ritmo moderado e desigual nos países, refletindo o aumento do desemprego e o baixo nível de investimentos. Portanto, a perspectiva para a inflação é confortável.
A principal expectativa se volta agora para a reunião de março, quando o BCE trará avaliações sobre a estratégia de saída das medidas emergenciais usadas no combate à crise. O primeiro passo já foi dado em dezembro do ano passado, liderando o processo mundial, ainda que com ajustes leves.
O Banco da Inglaterra, que também se reuniu hoje, decidiu não ampliar o programa de compra de títulos, que já contabiliza 200 bilhões de libras. No entanto, deixou aberta a possibilidade de retomar a estratégia, caso seja necessário. Os juros foram mantidos em 0,5%.
O desafio do BOE é equilibrar uma retomada lenta, já que o país escapou por um triz da recessão, e a alta da inflação. “Mas, de forma geral, o BC ainda acredita que a inflação recuará para abaixo da meta em razão do excesso de capacidade de produção”, avalia Karen Ward, do HSBC.

Fonte: Estadão

Crise europeia também derruba bolsas na Ásia

 

TÓQUIO - A preocupação com a fragilidade fiscal de países como Portugal, Grécia e Espanha, que derrubou os mercados norte-americanos e europeus, também fez as bolsas asiáticas terminarem a semana com forte queda. Nesta sexta-feira, o setor refletiu os temores de uma nova crise global.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou no menor nível desde 2 de setembro, com perda de 3,3% e total de 19.665,08 pontos.

As renovadas preocupações sobre o ritmo de recuperação da economia global afetaram o desempenho das Bolsas da China. O índice Xangai Composto baixou 1,9% e encerrou aos 2.939,40 pontos. Já o índice Shenzhen Composto perdeu 2% e terminou aos 1.097,11 pontos.

O yuan apresentou ligeira desvalorização em relação ao dólar, após os fortes ganhos da moeda norte-americana sobre o euro nos mercados internacionais. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 6,8271 yuans, de 6,8266 yuans do fechamento de quinta-feira.

Já a Bolsa de Taipé, em Taiwan, apresentou o pior resultado em cinco meses. Com aumento no volume de negociações, o índice Taiwan Weighted caiu 4,3% e encerrou aos 7.217,83 pontos, o menor fechamento desde 4 de setembro.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi da Bolsa de Seul teve a maior queda porcentual e em pontos desde o final de novembro, quando os problemas com a dívida de Dubai chocaram os mercados mundiais. O índice perdeu 3% e fechou aos 1.567,12 pontos, a menor pontuação desde 30 de novembro.

Na Austrália, o índice S&P/ASX 200 da Bolsa de Sydney mergulhou para uma mínima de cinco meses e fechou em queda de 2,3%, encerrando aos 4.514,1 pontos.

O índice PSE da Bolsa de Manila, nas Filipinas, registrou baixa de 2% e fechou aos 2.855,64 pontos.

A Bolsa de Cingapura deslizou com a queda em Wall Street e preocupações com uma crise econômica em alguns países europeus. O índice Straits Times Index cedeu 2,2% e fechou aos 2.683,56 pontos.

O índice composto da Bolsa de Jacarta, na Indonésia, tombou 2,9% e fechou aos 2,518,97 pontos, com vendas de fundos estrangeiros em meio ao fraco sentimento no resto da região.

O índice SET da Bolsa de Bangcoc, na Tailândia, recuou1,6% e fechou aos 691,41 pontos, seguindo as baixas nas demais bolsas da Ásia somadas à instabilidade política local.

Na Malásia, o índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur recuou 1,4% e fechou aos 1.247,90 pontos, maior baixa em três meses, com preocupações sobre a recuperação da economia global.

As informações são da Dow Jones.

USD/CHF: dólar dispara

 

O dólar está a avançar com grande decisão, depois de ter superado sem problemas a zona de 1.07, que coincide com o fibo 38.2, traçado desde o máximo até ao mínimo de 2009.

Neste momento, dirige-se até à zona de fortes confluências a 1.09, que coincide com o fibo 50. Antes, poderá travar a 1.0883, máximo de Agosto.

Em baixa, o par terá de aguentar, no gráfico de uma hora, sem quebrar 1.0751, de forma a voltar para 1.06.

Fonte: IBTimes

Euro tem menor cotação em relação ao dólar desde maio

 

Endividados, países europeus geram temores sobre 'calote'.
Com dívida esperada em 120% do PIB, Grécia tem situação mais grave.

O euro registrou nesta sexta-feira (5) a menor cotação em relação ao dólar desde maio, a 1,3658, afetado pelas preocupações com as dificuldades orçamentárias de vários países europeus. A moeda única usada por 16 países da União Europeia (UE) caiu a 1,3648 por dólar às 8H30 GMT (6H30 de Brasília), a menor cotação desde 6 de maio de 2009.

A divisa europeia é afetada pelos persistentes temores sobre as difíceis situações orçamentários de alguns países da zona do euro, como Grécia, Espanha e Portugal. Com pesados déficits fiscais, esses países levantam dúvidas sobre sua capacidade de pagar dívidas e pressionam a cotação da moeda comum.

Queda nas bolsas

Os temores sobre a capacidade de pagamento dos países europeus se espalharam nesta quinta-feira, depois que a repentina escalada nos custos para proteção contra um default (calote) da dívida soberana de Portugal levou a um medo de cortes no rating de vários países, após o governo local ter falhado em tentar aprovar um projeto para reduzir o déficit público.

Na Bolsa de Valores de São Paulo, o dia foi de perdas pesadas, com o Ibovespa caindo 4,75%. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones, referência na Bolsa de Nova York, fechou em queda de 2,61%, aos 10.002 pontos.

Fonte: G1