segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Bolsas europeias sobem na aposta de juro baixo nos EUA

LONDRES - Os dados de emprego nos EUA da sexta-feira, 8, continuam repercutindo nos mercados hoje, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) vai manter a política monetária afrouxada, o que dá às bolsas um cenário mais favorável. O apetite por risco dos investidores no começo da semana também abre espaço para alta das commodities e valorização do euro, ajudados ainda por comentários do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, de que os juros permanecerão baixos por algum tempo e por dados favoráveis na China.

A maneira como as bolsas ignoram o lado negativo do payroll decepcionante - a fraqueza do mercado de trabalho - mostra mais uma vez que as ações continuam sendo o ativo de escolha neste início de ano, disseram analistas.

"Fatores sazonais estão funcionando, mas também tem havido diversos lembretes nos últimos dias de que a retirada de estímulo monetário, amplamente reconhecida como potencialmente a maior ameaça à perspectiva, ainda está a muitos meses de distância", disse Ian Williams, estrategista da Altium Securities.

Mas o economista Larry Hatheway, do UBS, ofereceu uma dose de realismo, sugerindo que os investidores não devem se animar muito porque 2010 provavelmente será um ano de mudança de política e incertezas sobre as estratégias de saída ou o compromisso com a sustentabilidade fiscal no longo prazo, o que dará motivos de preocupação aos investidores.

"Além disso, os mercados de ações globais não podem mais depender do declínio dos prêmios de risco para guiar os retornos. O forte crescimento dos lucros já está, de alguma forma, descontando nas valorizações atuais, sugerindo um ano de ganhos mais modestos", acrescentou Hatheway.

Para reforçar a expectativa em relação à política monetária nos EUA, o presidente do Fed St. Louis reiterou que as taxas de juros nos EUA "podem continuar baixas por algum tempo" e que o banco central deve continuar comprando títulos lastreados em hipotecas depois de março, a fim de apoiar a economia norte-americana. Mas ele ponderou que os números fracos sobre o nível de emprego divulgados na última sexta-feira não afetarão as decisões da autoridade monetária.

Segundo o estrategista de câmbio do ING, Tim Condon, as palavras de Bullard ajudaram o euro a superar o nível de US$ 1,4500.

Na Ásia, dados da China contribuíram para o tom positivo dos mercados nesta segunda-feira, 11, principalmente as commodities. As exportações da China cresceram 17,7% em dezembro, mais do que se esperava, e deram fim a um ciclo de 13 meses de contração, segundo números do governo divulgados ontem. As expectativas eram de que as exportações da China tivessem um ganho de 5%. Além disso, a China importou mais de 5 milhões de barris diários de petróleo em dezembro, um nível recorde que sinaliza o avanço do país no processo de recuperação econômica.

Outra notícia positiva na China, que impulsionou as ações financeiras chinesas nesta segunda-feira, 11, foi a aprovação a princípio, na sexta-feira, pelo gabinete do governo, para o lançamento dos futuros de índices de ações. O gabinete também aprovou um programa teste para vendas a descoberto e negociações de margem de ações. "A aprovação traz expectativas de que as corretoras poderão ganhar bastante com a diversificação de ferramentas de investimento", disse o analista da Huatai Securities Zhou Lin.

Às 8h31 (horário de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,91%, Paris ganhava 0,93% e Frankfurt tinha alta de 0,75%. Entre os destaques, Kazakhmys subia 2,3% e Xstrata avançava 2,6%, em meio ao avanço das commodities.

No horário, o petróleo para fevereiro na Nymex eletrônica subia 0,94%, a US$ 83,54 o barril. Na Comex eletrônica, o cobre para março saltava 2,31%, a US$ 3,4790 a libra peso.

O euro avançava 0,76%, a US$ 1,4518, enquanto o dólar cedia 0,15%, a 92,47 ienes.

Fonte: Dow Jones

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